Os planos de saúde não param de perder usuários. No país, no último ano, 978.242 pessoas deixaram de ser beneficiárias das operadoras. O número de brasileiros que deixou de contar com esse tipo de assistência médica particular caiu de 48.584.583, em março de 2016, para 47.606.341, no mês passado, segundo os últimos dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A retração foi da ordem de 2%.
Em Minas Gerais, não foi diferente. O número de usuários dos planos caiu de 5.126.038 em março do ano passado para 5.019.724, em igual período deste ano. As operadoras perderam 106.314 beneficiários mineiros em 12 meses. Tal fenômeno tem motivado o investimento em serviços diferenciados de saúde para estas pessoas que não fazem mais parte do cadastro das operadoras dos planos, mas que também não gostam do atendimento do Serviço Único de Saúde.
“É a primeira unidade desse tipo dentro de um shopping em Minas Gerais. Acreditamos que há um público que não consegue pagar um plano de saúde, mas quer um atendimento rápido e eficiente que caiba no seu bolso”, explica o sócio da Consultar Agora, o otorrinolaringologista Michel Pires. “Não temos o serviço de hospital, mas queremos suprir um vazio deixado pelos planos para essas pessoas que gastavam de R$ 300 a R$ 400 por mês com eles e agora não podem mais pagar, por causa da crise econômica”, reforça.
Além de oferecer o atendimento na hora, os clientes também podem agendar as consultas e exames pela internet. A expectativa dos sócios é de que o retorno do investimento se dê em cerca de 1,5 ano. E a partir daí, a ideia é abrir mais cinco unidades no prazo de 10 anos.
Em clínicas já existentes também estão surgindo estratégias para conquistar os pacientes que deixaram de ser usuários dos planos convencionais. Na + 60 Saúde, no Barro Preto, em BH, por exemplo, estão sendo desenvolvidos pacotes de serviços que poderão ser pagos à vista ou de forma parcelada, que incluem consultas médicas, de nutricionista, monitoramento e palestras. “O objetivo é oferecer um produto que ofereça a prevenção além do cuidado para essas pessoas que não têm mais o plano de saúde por um valor acessível”, observa o sócio Fernando César Menezes Assunção, que é clínico geral e nefrologista. A expectativa é de que os pacotes sejam lançados em agosto.
Fonte: Estado de Minas