O número de idosos beneficiários de planos de saúde cresceu 2,5% em agosto deste ano, na comparação com o mesmo mês de 2017, segundo o Iess (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar).
O percentual destoa das demais faixas etárias: houve redução de vidas de 0 a 18 anos (0,6%) e de 19 a 58 anos (0,3%).
As despesas assistenciais com pessoas de 59 anos ou mais deverão superar a soma das demais em 2030 e chegar a R$ 213,8 bilhões, diz o instituto.
A disparidade entre o número de jovens e pessoas mais velhas preocupa o setor, diz Marcos Novais, economista-chefe da Abramge (das empresas de medicina de grupo).
“A legislação impõe uma espécie de subsídio entre gerações: uma pessoa na última faixa etária não pode pagar mais do que seis vezes o valor da primeira”, afirma.
“Isso faz que o preço seja um pouco maior para jovens, e menor para idosos. É uma situação especialmente perigosa se os mais novos não entram [no mercado de saúde suplementar], parecida com o dilema da Previdência.”
O envelhecimento da população e o desemprego durante a recessão foram os principais fatores que levaram a um desnível entre faixas etárias, segundo José Cechin, diretor-executivo da Fenasaúde (que reúne grandes operadoras).
Entre possíveis soluções para a questão estão modelos de capitalização (em que o beneficiário contribui para garantir o futuro do próprio plano) e maior oferta de produtos com coparticipação e franquia, afirma Cechin.
Concentração segura
As aquisições e fusões vão se intensificar no setor de seguros, segundo a consultoria KPMG, que fez um estudo global sobre o tema.
A maioria (80%) dos executivos de grandes empresas afirmou que há planos dessa natureza para os próximos três anos.
A principal razão para o movimento é a intenção de mudar a maneira como as operadoras obtêm suas receitas, o que a consultoria chama de modelo de negócios.
“As maiores empresas do setor querem comprar outras que deem a elas novas capacidades”, afirma Fernando Mattar, sócio da KPMG.
Adquirir concorrentes para ficar com a base de clientes também é um motivo, mas o menos comum na lista dos apresentados.
A concentração deverá levar mais tempo para acontecer no Brasil, diz Mattar, pois há incertezas econômicas.
Adaptação veterinária
A MSD Saúde Animal, companhia de produtos veterinários do grupo Merck, vai investir R$ 145 milhões em suas duas fábricas no Brasil, localizadas nas cidades de Cruzeiro (SP) e Montes Claros (MG).
Essa última foi incorporada em 2017 após a aquisição da concorrente brasileira Vallée por cerca de R$ 1,2 bilhão.
“Há uma diferença entre os padrões de uma empresa multinacional como a MSD e uma local, então uma série de adequações são necessárias”, diz Edival Santos, presidente da compradora.
O aporte, que será concluído em até três anos, também será utilizado para aumentar a capacidade produtiva.
“Vemos muito potencial em algumas linhas que foram adquiridas, como a de vacinas, inclusive para ampliar vendas ao mercado externo”, afirma.
R$ 930 milhões
foi o faturamento no Brasil em 2017
1.000
são os funcionários no país
Saúde fluminense
A Policlínica Granato, rede que faz consultas e exames a preços populares, deverá abrir ao menos mais oito unidades no Rio de Janeiro e sua região metropolitana em 2019. A empresa tem hoje sete unidades no estado.
A expansão vai demandar um aporte de R$ 35 milhões da empresa. “Captamos esse valor, teremos a entrada de um novo sócio”, afirma presidente da marca, Paulo Granato. A empresa não revela o nome do investidor.
A rede, que cobra em média R$ 95 por consulta, também passará a oferecer cirurgias como correção de catarata, vasectomia e parto cesáreo.
“Teremos parcerias com hospitais para usar equipamentos ociosos, com operações realizadas aos finais de semana. A ideia é parcelar os valores em até seis vezes. Um parto custaria R$ 7 mil, por exemplo”, diz ele.
Fonte: Folha