Ao estruturar carteiras de investimentos, é preciso se programar para atender necessidades financeiras de curto, médio e longo prazo. Normalmente, cria-se uma reserva de emergência para lidar com gastos do cotidiano ou gastos inesperados, distribuindo o restante da alocação em produtos com menos liquidez. A proteção financeira também segue essa regra. Imprevistos podem acontecer a qualquer momento, e se o cliente não estiver preparado para arcar com os custos em diferentes fases da vida, pode queimar parte significativa do dinheiro acumulado ao longo dos anos.
Essa necessidade de proteção ajustada para cada etapa da vida faz com que seja necessário contratar os seguros de vida individuais, inclusive com mais de uma cobertura. Isso acontece porque existem dois modelos principais de contratação: com proteção para a vida inteira ou por um período determinado.
Os dois têm semelhanças, mas a principal diferença está no prazo de vigência do seguro, o que significa proteger objetivos diferentes. Por isso, é importante contar com um especialista em seguros de vida, para ajudar a identificar as necessidades e montar uma apólice ideal para os clientes.
O seguro de vida inteira tem entre os principais objetivos proteger toda a vida do segurado, garantindo que o cliente e sua família não sofram as consequências financeiras que uma ausência ou invalidez causariam. Já o seguro temporário oferece tranquilidade financeira durante o período que o cliente escolher, preservando projetos de vida. É indicado para proteger necessidades de um determinado período caso ocorra algum imprevisto, como a quitação de um empréstimo, recomposição da renda familiar, entre outras. Os dois tipos de seguro garantem uma indenização em casos como morte e acidentes pessoais.
“O seguro temporário é um produto que visa uma despesa por tempo limitado, mais indicado para quem está na fase de construção do patrimônio”, explica Keli Marques, head de planejamento patrimonial na Inove Corretora de Seguros.
O planejamento financeiro ainda é um desafio na vida de muitos brasileiros. Segundo Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio (CNC), de 2017, o percentual de famílias endividadas alcançou 56,2% em fevereiro de 2017. Desta forma, um primeiro passo para ter uma proteção financeira para situações inesperadas é contar com um seguro de vida individual estruturado de acordo com a sua necessidade.
A composição dos dois seguros pode proteger uma família em situações como despesas com inventário e estudo dos filhos. Ela pode servir, inclusive, para proteger um projeto de vida que represente um grande desembolso financeiro durante um período relativamente longo, como a compra de um imóvel, que pode demorar muitos anos até ser quitado.
Além dessa flexibilidade, os seguros temporários podem ter uma estrutura em que o capital segurado é decrescente ao longo do tempo. Essa é uma estratégia indicada para quando a necessidade de proteção não é linear – ou seja, é preciso uma proteção maior no curto prazo, reduzindo-se gradualmente nos anos seguintes.