O aumento da longevidade no Brasil impõe desafios para toda a sociedade brasileira e, em particular, para o setor segurador. Na entrevista a seguir, Henrique Noya, diretor-executivo do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon, trata dessas questões.
Na sua visão, quais são os impactos do aumento da longevidade da população brasileira para a economia e para a sociedade?
O aumento da longevidade aliado à queda da taxa de fertilidade caracteriza esse momento de transição demográfica pelo qual passa o Brasil. Essa transformação impacta em diversos aspectos as formas pelas quais deveremos organizar nossa convivência e modos de produção. Como indivíduos, precisamos passar a olhar com mais atenção ao nosso planejamento financeiro, para esse ganho de vida que conquistamos. Na nossa economia, se quisermos manter nossa produtividade, precisamos desenvolver formas mais efetivas de trabalho, que considere esse trabalhador mais longevo. E para manter a competitividade de nossas cidades, na atração de novos investimentos, é preciso não esquecer que precisamos promover a qualidade de vida que considere a mudança de demografia, que passa a contar com uma população muito mais grisalha.
O que representa essa tendência para o setor segurador?
Para o mercado segurador os impactos são diretos. O setor vai precisar se adaptar a um novo perfil de consumidor mais longevo e preocupado cada vez mais com a disponibilidade de recursos financeiros no envelhecimento. Outro ponto de atenção que pode ser listado é o que chamamos de risco da longevidade. Ou seja, as seguradoras precisam avaliar e atualizar as suas tábuas atuariais, de modo a refletir o aumento constante da expectativa de vida, tanto para as coberturas de morte, quanto para as de sobrevivência.
Como atua o Instituto de Longevidade Mongeral Aegon?
O Instituto de Longevidade Mongeral Aegon atua desenvolvendo práticas e ações com o objetivo de fomentar o tema longevidade, bem como os seus impactos sociais e econômicos para a sociedade, empresas e governo. Atuamos em três pilares bem definidos em torno dos temas Trabalho, Cidades e Conhecimento. Como exemplo, no pilar cidades, uma de nossas iniciativas é o Índice de Desenvolvimento Urbano para a Longevidade (IDL), algo inédito no Brasil, desenvolvido em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, que avalia a condição de preparo das cidades para as suas populações com mais de 60 anos, em quase 500 municípios brasileiros. Trata-se, então, de uma ferramenta prática, que, de forma muito objetiva, irá auxiliar as gestões públicas no desenvolvimento de ações efetivas para a promoção de políticas públicas mais eficientes na promoção da qualidade de vida de suas comunidades.
Quais foram as principais realizações do instituto em 2017 e quais as expectativas para 2018?
Em 2017 consolidamos o nosso portal como um dos mais influentes na apresentação de temas relativos à longevidade no Brasil. Alcançamos mais de um milhão de visitantes e continuamos crescendo. Firmamos, também, muitos contratos com parceiros relevantes para a colaboração na apresentação de nossas ações nos campos do Trabalho, Cidades e Conhecimento, e realizamos dezenas de eventos presenciais, sempre com temas de ponta no campo da longevidade. Para 2018, a expectativa é fortalecer a ação do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon em todas as suas frentes de trabalho. Em 2018, a questão do aumento da longevidade continuará a ganhar mais relevância em nossa sociedade e o papel do Instituto é seguir como protagonista, sempre inovando e convidando todos os segmentos da sociedade a conhecer mais sobre o que fazemos e participar conosco na promoção da causa da longevidade com qualidade de vida.